Afastado temporariamente dos afazeres jornalísticos, fico pensando se esta ausência - muitas vezes por mim amaldiçoada - não seria, na verdade, uma benesse.
Já há muito que sinto-me verdadeiramente cansado, exausto mesmo, diante do baixo nível da política cabofriense - liderada com folga por um governicho municipal que perdeu completamente os brios e a vergonha de cobrir-se de lôdo em seu apagar de luzes inglório.
Mais cabisbaixo ainda fico ao deparar-me com atitudes de pessoas as quais cheguei mesmo a admirar, como o Sr. Alfredo Gonçalves, em bajular despudoradamente um prefeito e com isso precipitar-se irreversivelmente na escravidão dos puxa-sacos sem vida própria.
Enojam-me as suas atitudes como presidente da Casa do Povo, sempre preterindo aqueles que pagam seu avultado salário, em favor de um Marquinho que ele timbra em ser seu "amigo". Pelo "amigo", este (teoricamente) servidor do povo não hesita em atropelar leis, regimentos, constituição da República, Deus, o diabo e até mesmo Terra do sol, se preciso for. Não há freios em sua subserviência premeditada, a qual ele crê piamente que o levará ao Palácio Tiradentes em 2012.
Enojam-me, igualmente, o comportamento verdadeiramente imoral, moleque e vendido de boa parte da suja e dependente "imprensa" cabofriense - a qual medra como vermes necrófilos vivendo da carcaça do Estado, que os alimenta por boas notícias e em troca de defenderem o indefensável.
Tenho vergonha da sabujice do vereadores, sempre criando dificuldades pra venderem facilidades ou absolutamente passivos e coniventes diantes dos arreganhos ditatoriais do prefeito - lobos em pele de ovelha.
Tenho vergonha do despreparo da PM - a mesma PM que abriga em seus quadros homens íntegros como o Coronel Lima Castro, infelizmnte não mais comandante do 25º BPM - que não hesitou em cometer a sandice de tentar dispersar um tumulto entre quatro paredes com auxílio de gás pimenta, algo que nem mesmo Goebbels teria pensado.
Resta-me apenas quedar-me pasmo, perplexo com o inacreditável despudor municipal e sua descarada veia ditatorial, que explicam, justificam e me fazem endossar - e até mesmo achar pouco - as atitudes de Alair Corrêa, objeto único do ódio municipal pela real e iminente ameaça que representa à indecente e obscena gestão atual.
Senhores, por favor, façam-me crêr em Cabo Frio novamente. Façam-me crer nos seres ditos humanos.
Me convençam que este é apenas um péssimo governo.
Me convençam a continuar morando aqui, porque sequer comecei a falar da Justiça.
Walter Biancardine
Jornalista
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