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Olá caro leitor, em nossas conversas, temos dado destaque as Artes Plásticas. Tradicionalmente, elas são compostas das modalidades de Desenho, Pintura, Gravura, Escultura e Arquitetura. Sempre me admiro quando penso que, estruturalmente, todas elas são tão antigas quanto o próprio Homem, nascidas de suas necessidades primordiais.
A Pré-história finda com a invenção da “escrita”, marco inicial da História da Humanidade. E a transição entre estes dois períodos é revivida a cada vez que escrevemos, pois as letras – são sínteses resultantes dos grafismos sobre as rochas deixados por nossos ancestrais, as famosas “pinturas rupestres”.
Agora chamado de “técnico”, o Desenho continua sendo o esteio de todo o nosso desenvolvimento. Por isso, quando alguém disser que “Arte” não é importante, faça-o pensar.
A miscigenação entre as modalidades artísticas tradicionais gerou novas modalidades. O que tornou a montagem das fichas de inscrição para salões de Arte um desafio, geralmente solucionado com a palavrinha mágica – “Outros”. O que veio salvar os responsáveis pela recepção das obras de ter que identificar o que é “Objeto” do que é Escultura, ou o projeto de uma “Instalação” de um suposto cenário.
Para embaralhar ainda mais, a Fotografia, o Cinema e os programas de computação ocasionaram a qualificação “Artes Visuais” – mas Pintura não é Arte Visual? Ainda bem que idearam o Google para diversificar nossas pesquisas!
Mas tudo isto faz parte do espetáculo, pois “ser artista” é viver entre dois mundos: o da Realidade (com limites impostos) e o do Absurdo, onde a realidade é libertada pela magia da criação.
Bem, antes dos “votos de feliz Natal e até domingo”, vamos destacar a “Gravura”, um feito dos chineses, que depois da invenção da Imprensa, em 1455, ganhou o espaço artístico.
Três técnicas compõem a Gravura, sendo definidas pelo suporte sobre o qual a obra é criada. Na Litogravura (mãe do offset e avó da imprensa atual), a imagem é gerada sobre a pedra; na Xilogravura, sobre a madeira (também linóleo); e na Gravura em Metal, sobre chapa metálica.
A Xilogravura, popularizada pelas capas dos folhetins de Literatura de Cordel, com a chegada do “Expressionismo” ao Brasil a partir da década de 20, teve artistas tão afamados, que bolsistas dos EUA vinham aprender a técnica aqui. E a XI Bienal de São Paulo, de 1971, abriu uma “Sala Especial de Gravura”, da qual tive a alegria de participar com um “objeto-litogravura”.
Em junho, o Espaço Cultural da Câmara de Cabo Frio apresentou dois artistas da cidade, Jorge Cerqueira e Fessal, em uma bela exposição de “Xilo”, onde as obras foram complementadas pela mostragem da feitura da técnica. Agora em Búzios, até 09/01/2011, a exposição “Á Beira do Corpo”, dá continuidade a esta louvável missão.
Já no Ateliê II, do Instituto Cultural Scliar, os interessados por esta expressão artística podem conhecer, ouvir palestras e mesmo se especializar como gravador pela orientação de Jorge Cerqueira.
Saiba mais
Sites:
Material da Pré-história:
www.arguscultura.com.br/historiaearte.htm
Sobre Gravura e Expressionismo:
http://www.carcasse.com/revista/o_gabinete/xilogravura_expressionista_no_brasil/index.php
Vídeo:
Sobre técnicas, com os artistas Jorge Cerqueira e Fessal:
www. http://www.youtube.com/watch?v=rHxLuMM3fh4
Instituto Cultural Scliar - de quarta a domingo, das 16:00 as 21:00h, Orla Scliar, 253 e 265 (continuação do Boulevart Canal), CF, RJ. Contato: 22 26430562 / 22 81574100
Contato dos artistas citados:
Jorge Cerqueira: www.jorgecerqueira.com
E-mail: jorgeccerqueira@ig.com.br
Fessal: www.fessal.com
E-mail: fessal@msn.com
Legenda das fotos do Slide.
Foto1 . Xilo - placa de madeira e papel impresso
Foto 2 . Xilo de Fessal, 2010. Título: Parceiras de sentimentos
Foto 3 . Xilo de Fessal, 2010. Título: Pés ambulantes
Foto 4 . Xilo de Jorge Cerqueira, 2010. Sem título
Foto 5 . Jorge Cerqueira tirando uma prova na prensa
Foto 6 . Serigrafia de Scliar – 1999. Assinada e sem título. A venda na Loja Scliar. Ausente nos salões, a Serigrafia é uma técnica usada por muitos artistas renomados.
Foto 7 . Tiragem de Litogravura e assinatura de Scliar. É marca da Gravura, a colocação a lápis da tiragem, do título da obra, seguido da assinatura do artista. Na foto 7: p.a. 3/15 (prova de artista 3 de um total de 15) e a bela assinatura de Scliar. Uma p.a. é um teste, e difere das provas finais. O que pode torná-la única e mais valiosa.
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