Sou o barquinho de papel que afunda
e que as vezes fica a deriva.
Sou as flores da primavera
que florescem no meu jardim,
sem folhas secas e amarelas
com um perfume sem fim.
Sou estrela das mil cores
as alegrias e as dores
a ponte que me leva ao infinito,
o abrigo
a luz que seduz,
o cansaço...
As correrias do cotidiano
o engano.
Os segredos,os medos
a fartura dos olhos
a plenitude do coração.
São tantas coisas viradas do avesso
e mesmo assim,além de mim
há outras faces a conhecer...
Um horizonte perdido
um espaço esquecido.
Sou mais que tudo isso?
Alma...
que conhece todos os cantos do mundo
o poço sem fundo,
os extremos.
A doce gota do sereno,na pétala da flor.
O sabor muito experimentado
nas letras delicadas do meu lençol bordado.
Sou quem nasce todas as manhãs
espalhando purpurina,pó das estrelas
que grudaram em mim.
Sou esta eterna menina,
que apesar de mulher,não sonha
com contos de fadas,nem príncipes e princesas.
Sonho com rosas azuis e girassois
com fitas no cabelo,
com babados nos vestidos
com cavalos brancos e coloridos,
com anjos,com acalantos...
Sou alguém que acredita na essência do ser
e do melhor que nele possa ter.
Apesar de tantas,não consigo
ver o mundo diferente.
Mas não tenho nada de inocente!
Sou assim...
Essas milhares de vidas
que fecundas em mim.,
Nádia D’Andrea
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