Por Fabrício Fouraux
Não é mentira, a um bom tempo essa vem sendo a recomendação para o controle dessa doença e melhor qualidade de vida do paciente. Treinos de MUSCULAÇÃO, isso mesmo não se espante, associados a uma alimentação adequada e exercícios aeróbicos, fazem o efeito do medicamento no controle do açúcar do sangue.
Primeiramente vamos identificar os tipos:
• Diabetes Mellitus Tipo I (DM1): é caracterizada pela destruição das células beta nas ilhotas de Langerhans pancreáticas e deficiência na produção de insulina. As causas dessa destruição não são conhecidas, acontece como por engano, o organismo começa a interpretá-las como fatores estranhos e se defende (doença auto-imune). O DM1 corresponde 5% a 10% do total dos casos e é comumente observado em crianças e adolescentes, porém pode ocorrer também em adultos, conhecida como diabetes latente auto-imume do adulto (Lada) (OMS, 2003).
• Diabetes Melito Tipo II (DM2): é caracterizada por diferentes graus de resistência à insulina e deficiência na sua secreção (as células musculares e adiposas não conseguem metabolizar a glicose). A maioria dos indivíduos com DM2 apresenta obesidade e cetoacidose (disfunção metabólica). O diagnóstico, geralmente é detectado a partir dos 40 anos de idade, embora possa ocorrer mais cedo. Abrange 85% a 90% do total de casos e é considerada uma das 10 principais causas de morte no mundo (KING et al. 1998). É importante destacar que a incidência de diabetes tipo II vem crescendo entre crianças e jovens em associação ao aumento da obesidade (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2000).
A musculação tem sido recomendada pelas principais organizações desportivas e de saúde do Mundo como uma forma de tratamento, inclusive o número de pesquisas envolvendo esse tema vem aumentando consideravelmente. O pesquisador KOOPMAN em 2005 demonstrou que uma sessão de musculação com intensidades adequadas pode melhorar a captação de glicose pelo músculo. O estudo explica que isso pode estar associado à translocação do GLUT-4 para a superfície da membrana celular e/ou aumento da expressão do mesmo, aumento de massa muscular e perda de gordura.
Os exercícios contra a resistência passam a ter outra conotação, quando o assunto é saúde. Além de realizar um trabalho estético, depleta a quantidade de glicose na circulação do sangue, dados esses obtidos pela Universidade do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Na pesquisa científica foram separados 262 diabéticos do tipo 2 em dois grupos: um se concentrava nas práticas aeróbicas, como a corrida; já outro aliava os aeróbicos a exercícios anaeróbicos (musculação). Após nove meses, o índice de açúcar dos últimos 90 dias, entre os que adotaram a combinação musculação e aeróbicos, teve uma redução de quase 7% nesses níveis, o dobro em relação ao grupo que só realizou aeróbicos.
“Aparentemente, atividades aeróbicas e resistidas são complementares, porque mexem com mecanismos diferentes no corpo”, ressalta o fisiologista Timothy Church, que assina o estudo. Na hora de tirar um peso do chão, a via utilizada pelo organismo para conseguir energia é diferente da empregada em uma caminhada.
O acúmulo de gordura na região abdominal dificulta a absorção de insulina pela célula, a falta de exercícios prejudica ainda mais essa situação que já é crítica, aumentando os índices de glicose nas artérias. Mais que um corpo esteticamente "ideal", fazer exercícios contra resistência faz com que as células entrem em um estado de maior absorção diminuindo a glicose sanguínea.
Mas a constância faz a diferença, os exercícios devem ser contínuos e orientandos por PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. O exagero nunca é bem vindo, os níveis de açúcar na atividade física ficam instáveis e em alguns casos, caem drasticamente, gerando hipoglicemia. Em outros, são catapultados. a sobrecarga pode aumentar a presença de hormônios como a adrenalina, que estimulam a descarga de glicose na circulação, sendo mantido por muito tempo pode afetar os vasos sangüíneos ocorrendo outras complicações.
O diabético tipo 1 que não produz mais insulina, dependendo de doses diárias da mesma para fazer controle da glicose, também deve praticar atividades físicas regulares. Não que irá ter os mesmos benefícios do diabético tipo 2, mas para melhorar a sua qualidade de vida aumentando massa muscular e controlando melhor os níveis de glicose sendo reduzido a aplicação de insulina.
Mas lembrando sempre procure um profissional especializado com um trabalho direcionado para que você tenha mais saúde.
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