A receita parece clara: samba
ou marchinha, fantasias e, claro, muito confete, serpentina e purpurina. E o
que já era bom – a festa que o Carnaval promove – fica ainda melhor quando os
blocos de arrastão de Cabo Frio acrescentam à folia ingredientes como
engajamento social, cultural e ambiental. Como resultado, sete blocos que se
concentram e desfilam a partir das Estações da Praia do Forte e de São
Cristóvão prometem fazer da folia um espaço de diversão e de bandeiras sociais.
Na
concentração da Estação da Praia do Forte o recado da folia será com os blocos
Acadêmicos de Cabo Frio (domingo, 23/02, das 16h à 01h e 25/02 das 11h às 15h);
Carnagay (segunda, 24/02, de 16h à 01h); Família é Mole, Mas é Meu (terça, 25/02,
das 16h à 01h) e Quero Mais (sábado, 29/02, das 15h às 21h). Já na Estação de
São Cristóvão será com as agremiações Azul e Branco (sábado, 22/02, das 17h às
23h); Vermelho e Preto (domingo, 23/02, das 17h às 23h) e Rala Ovo (terça,
25/03, das 17h às 21h). Confira ao final da matéria o trajeto de cada bloco.
Há
10 anos desfilando pelas ruas da cidade, o bloco Acadêmicos de Cabo Frio
costuma arrastar centenas de foliões que se vestem de verde, vermelho, amarelo
e preto. A agremiação nasceu da vontade dos primeiros fundadores de
“implementarem projetos culturais que valorizassem a arte e educação”.
Atualmente é conhecido por se considerar “o bloco da inclusão”, que tem como
missão incluir pessoas com deficiência no carnaval e se tornar referência nacional
na folia, como diz o presidente Joir Reis.
“Em
2019 participamos do Carnaval para Todos. Nessa oportunidade conhecemos algumas
instituições que defendem as causas das pessoas com deficiência e nos
apaixonamos pelas habilidades e alegria desse público. Por isso, decidimos
tornar nosso bloco um apoiador desta causa e a partir desse ano nós daremos
início a um projeto com o Arrastão da Inclusão na terça-feira ao meio-dia”,
afirmou ele.
Solidariedade, resistência e diversão
Com
o tema “Carnaval é Resistência” aliado à sustentabilidade, o Carnagay é
pioneiro no carnaval do interior fluminense e único de música eletrônica em
Cabo Frio. Há 16 anos a agremiação promove, por meio da folia, o engajamento na
luta pelos direitos da comunidade LGBTI+. Além da batida musical, é marca do
bloco promover apresentações de drag queens e de dj’s. As cores do arco-íris
embalam os cerca de 20 mil foliões e enfeitam a orla da Praia do Forte, onde o
bloco desfila.
O
bloco Família é Mole, Mas é Meu nasceu há 37 anos, oriundo de duas famílias em
Saquarema. Com a morte de um dos fundadores, a agremiação renasce em Cabo Frio
e encontra na solidariedade, o caminho para promover um carnaval mais
humanitário. Dessa ideia nasceu a proposta de realizar cinco eventos anuais que
arrecadam alimentos, roupas e brinquedos que são distribuídos na zona rural.
Este ano, além da ecofolia, o bloco traz o tema “Todos Ligados à Solidariedade”
e as cores vermelho e amarelo enfeitam os cerca de cinco mil foliões que fazem
da festa de Momo uma oportunidade de ajudar ao próximo.
Inspirados
pelos carnavais de marchinhas, um grupo de pessoas teve a ideia de criar o
Bloco Azul e Branco. De lá para cá, já se vão 30 anos desde a fundação,
arrastando cerca de 1.500 foliões a cada Carnaval, sendo a mais antiga agremiação
do bairro. Outras duas crias da cidade são o bloco Vermelho e Preto e Rala Ovo,
com nove e 22 anos de fundação, respectivamente.
O
primeiro, é inspirado no clube do Flamengo e promove eventos relacionados ao
futebol e ao futevôlei. Tem como padrinho um dos ícones do time carioca, o
ex-zagueiro Rondinelli, considerado um dos maiores atletas desta posição na
história do clube. Já o O bloco Rala Ovo enfeita as ruas do bairro com suas
cores azul, amarelo e branco. Com a inspiração dos blocos de aliar uma festa
popular às lutas cotidianas, a receita do Carnaval de Cabo Frio tem tudo para
dar certo.
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