O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta
terça-feira (15) o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o
presidente do PSC, pastor Everaldo, o ex-secretário de Saúde do Rio Edmar
Santos, além de empresários e advogados. pelos crimes de corrupção ativa e
passiva e lavagem de dinheiro por meio de organização criminosa. A denúncia foi
oferecida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e está ligada às investigações
da Operação Kichback.
O MPF também requereu a perda de função pública para Witzel
e indenização por danos morais de, no mínimo, R$ 106,7 milhões, valor estimado
no dobro do que foi desviado e lavado pelos denunciados.
Segundo a denúncia, houve pagamento de vantagens
indevidas no valor de R$53,37 milhões a empresários com a intenção de obter
facilidades no pagamento de valores inscritos em restos a pagar devidos pela
Secretaria de Saúde à organização social Hospital e Maternidade Therezinha de
Jesus entre 8 de julho de 2019 a 27 de março de 2020.
As investigações que envolvem Witzel foram iniciadas
pela Procuradoria da República no RJ e pelo Ministério Público estadual (MP/RJ)
e, devido ao foro privilegiado do político junto ao STJ, foram enviadas à
Procuradoria-Geral da República (PGR). As informações deram origem às operações
Placebo e Favorito.
Após as deflagrações das operações, o ex-secretário de
Saúde do Rio Edmar Santos assinou um acordo de colaboração premiada com o MPF e
revelou crimes praticados durante o governo de Witzel, continuando os esquemas
que eram executados pelos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
Com as novas investigações, foi deflagrada a Operação Tris in Idem, que
culminou com o afastamento temporário de Witzel do governo e com a prisão
preventiva de vários integrantes do Executivo estadual.
Do montante de R$ 53,366 milhões transferidos do
Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, o MPF já mapeou mais de R$ 22,774
milhões.
Outro lado
Em sua conta no Twitter, o governador afastado Wilson
Witzel disse que a denúncia apresentada pelo MPF é “absolutamente sem provas” e
se trata de “mais uma tentativa do MPF de promover o meu linchamento moral,
imputando a mim responsabilidade penal objetiva.”
Witzel também disse que jamais compactuou com qualquer
tipo de irregularidade ou recebeu vantagem ilícita em razão do cargo.
A reportagem não conseguiu contato com o pastor
Everaldo e com o ex-secretário Edmar Santos.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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