O promotor de
Justiça Rafael Dopico da Silva, do Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro (MPRJ), abriu nesta terça-feira (9) um inquérito para apurar as mortes
de 26 recém-nascidos no Hospital da Mulher de Cabo Frio, na Região dos Lagos do
Rio.
Duas comissões
parlamentares de inquérito (CPI's), uma
na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)
e outra na Câmara de Vereadores de Cabo Frio, também apuram
os casos registrados desde novembro de 2018 na unidade.
As investigações
resultaram no afastamento da direção do hospital no dia 22
de março.
Nesta terça (9),
foi anunciada a nova equipe que vai administrar o hospital. A ginecologista e
obstetra Tânia Lydia Matosinhos Lowen Pires é a nova diretora geral; Cristina
do Vale Faria, também ginecologista e obstetra, ocupa o cargo de diretora
técnica, e a fisioterapeuta Simone Sant'Anna atua como a nova diretora
administrativa da unidade.
Segundo a
Prefeitura, todas as profissionais têm vasta experiência na administração
pública.
Solicitações do MP
O documento
expedido nesta terça pelo MP dá cinco dias úteis para que a Secretaria de Saúde
de Cabo Frio informe o número de óbitos ocorridos no Hospital da Mulher desde
novembro de 2018, com a indicação dos nomes e endereços das pacientes
envolvidas.
O MP também pede os
nomes dos médicos que prestaram os atendimentos que terminaram em mortes. A
promotoria quer saber ainda se os médicos envolvidos nos casos mantém vínculo
com o hospital e quais providências estão sendo tomadas para a apuração do
número de mortes.
O promotor também
solicitou que a Alerj e a Câmara de Vereadores de Cabo Frio enviem relatórios
das CPI's que investigam os casos para que haja uma cooperação entre os órgãos.
Por meio de nota, a
Prefeitura de Cabo Frio afirmou que vai fornecer todas as informações que
possam ser solicitadas pelos órgãos para esclarecer todos as dúvidas que possam
surgir, não só com relação a Saúde, mas em todos os setores da administração
pública. Informou também que a atual gestão preza pela transparência.
O G1 também entrou em contato com a Câmara de
Vereadores e a Alerj e aguarda um retorno.
Última denúncia na unidade
Família acusa
hospital de negligência e pede Justiça pela morte do Arthur no Hospital da
Mulher, em Cabo Frio — Foto: Julian Viana/ G1
A última morte de
bebê registrada na unidade aconteceu no sábado (6). Arthur da Silva Barbosa Machado nasceu morto. A
família acusa a equipe médica de negligência. Segundo eles, os médicos foram
acionados, mas decidiram que o parto deveria esperar.
Daniele da Silva
Machado, mãe de Arthur, também disse ter recebido tratamento rude por parte do
médico, que teria falado que a criança nasceria igual a um pit-bull porque ela
estava "toda nervosinha".
Arthur ainda foi
enterrado como indigente e desenterrado para que a família pudesse vesti-lo e
fazer um sepultamento digno.
Fonte: g1.globo.com
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