Vamos compreender como as coisas podem mudar de “um
dia para o outro”?
Primeiro; o que é o organismo Isognomon bicolor?
Isognomon bicolor é um bivalve (duas conchas)
encontrado em substratos consolidados (pedras e etc..). É uma espécie invasora.
Recentemente a espécie foi (re) descrita para o litoral brasileiro, sendo
indicada sua instalação na região sudeste/sul do país. Segundo alguns
cientistas, a invasão e a expansão populacional deste molusco teria ocorrido
nas últimas duas décadas.
Como chegou “aqui”?
O provável vetor na introdução dessa espécie na
costa brasileira é a água de lastro de navios cargueiros e petroleiros
internacionais.
O que é água de Lastro?
Água que vem nos porões dos navios para dar a
sustentação quando este vem sem sua carga visando obter a carga aqui.
Como esta espécie sobrevive após invadir um local
onde ela nunca viveu?
O estabelecimento de uma espécie está relacionado
com as condições do ambiente invadido, principalmente no que se refere ao
desenvolvimento das estratégias de competição (espaço e alimento) com as
espécies residentes (nativas).
Qual espaço que ela ocupa na natureza?
Costões com alta energia de ondas (costões –
barreiras ou locais com pedras - batidos) pode ser encontrado ocupando fendas e
em locais menos batidos ocupam toda uma faixa com grande densidade
populacional.
Para ela “ser de fora” e ocupar uma nova região ela
deve se instalar no “lugar de quem”?
Pois é, esta é grande questão e o grande problema.
Ocupando a faixa dos costões rochosos esta espécie ocupa principalmente o lugar
dos mexilhões (mariscos) conhecidos cientificamente como Perna perna.
Qual o problema então?
Alem do problema ecológico quebrando a cadeia
alimentar de outras espécies que procuram esta espécie como alimento. Temos o
problema econômico que este relacionado ao problema ecológico. O extrativismo
de pescadores artesanais e o comércio desta iguaria podem sofrer sérios
retrocessos se realmente esta espécie se estabelecer e vigorar daqui para
frente.
Onde se encontram em nossa região?
Ai é uma questão fácil de responder. Já estão
presentes nos mais diferentes ambientes marinhos de nossa região e municípios.
Ilhas, costões rochosos nas praias e até na laguna de Araruama em suas regiões
mais marinhas como na entrada da boca da barra e ao longo de alguns pontos no
canal do Itajurú.
Como combater?
A literatura especializada comenta várias estratégias
como: o estudo de sua biologia e ecologia (predadores naturais e épocas de
reprodução; por exemplo), colaboração dos pescadores artesanais na coleta
especifica destes organismos, fiscalização e aplicação de leis já existentes em
navios cargueiros e petroleiros e outras tantas forças tarefas.
Bem amigos, por hoje é só. Esperamos ter
contribuído. Obrigado e fiquem com Deus. Encontre-nos para bater um papo nas
mídias sócias como instagram e facebook.
Jailton Dias Nogueira Junior- Biólogo
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