PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR.
Ainda muito preocupado com o que
vi nesse processo primitivo de limpeza da praça das águas, eu volto a essa
coluna, para trazer um pouco mais de informações sobre o processo o qual foi
realizado a meu ver de forma totalmente equivocada. Um processo onde ações
corretivas de maneira primitiva fizeram com que boa parte da população
acreditasse que o procedimento utilizado foi o correto, e mais incrível do que
o processo errôneo praticado pela empresa contratada com anuência do município,
foram às afirmações que visavam validar tais ações.
Como eu não sou de ferro resolvi
trazer de volta a coluna esse assunto, tentando dessa vez ser um pouco mais
direto com relação aos equívocos e possíveis consequências, volto a frisar que
a critica por mim aqui transcrita, tem a preocupação voltada para a proteção do
ser humano que ali circula, as pessoas que limparam de forma indevida o lago, o
destino final dos peixes que foram removidos, e por fim com o futuro do lago no
caso de os responsáveis continuarem tratando do assunto como se nada estivesse
acontecendo, e que tudo isso fosse muito normal.
Um lago ornamental como a praça
das águas foi construído com planejamento de sustentabilidade ambiental haja
vista ser um sistema semi-aberto com retorno. Porem a ausência de um tratamento
específico foi o grande responsável pelo crescimento excessivo de algas, o que
além de prejudicar a estética também afetou a recreação haja vista essa ter sido
a ideia inicial. Muitas das algas que se proliferam podem ser extremamente
tóxicas e por sua vez podem causar a intoxicação de animais e humanos, por esse
motivo sempre sugeri que os responsáveis fornecessem as analises de água para
sabermos de existiam contaminantes ou poluentes no lago. Para a fauna aquática,
a tendência é que as certas toxinas se acumulem no tecido dos organismos, como
nesse caso dos peixes. Conseqüentemente, a presença de toxinas na água também
coloca em risco à saúde humana daí eu ter dito que o processo de limpeza foi
arcaico, pois as pessoas que adentraram ao lago deveriam estar no mínimo
protegidos (EPI’S) e a água ter sido analisada para se saber exatamente quais
os contaminantes e/ou poluentes que ali existiam.
Na verdade por se tratar de um
lago artificial, alguns processos devem ser substituídos por processos não
naturais, porem quando se faz esse tipo de adaptação, deve se levar em conta a
forma com que é feito, por exemplo, qual a qualidade da ração e nutrientes,
assim como qual a quantidade exata que se devem utilizar os mesmos, visando
evitar a eutrofização do lago. Além disso, a própria excreção dos peixes e a
agitação do lago devido a sua localização sejam por ação física (chafariz e/ou
cascatas), ou por intempéries da natureza fazem como que haja um revolvimento
dos sedimentos (massa depositada no fundo do lago) e com isso aumentam o
estoque de Fósforo na água, sendo esse aliado ao Nitrogênio, os principais
responsáveis pela eutrofização do lago, propiciando o surgimento de algas, que
como dito acima, podem ser tóxicas.
A proliferação de algas como
falamos na coluna anterior causa a piora da qualidade da água, podendo promover
déficits de oxigênio e aumento na concentração de amônia o resultado disso pode
ser visto por quem teve a oportunidade de passear com sua família em um dia de
sol na praça das águas.
Alem de tudo que já foi dito,
algumas bactérias podem produzem toxinas que podem causar estresse físico para
os peixes cultivados. Por isso eu fiquei muito preocupado quando constatei in
loco, alem da saber via meios de comunicação isso inclui a TV, que os peixes
removidos e seriam doados. Caros leitores você sabia que algumas algas podem
produzir toxinas, e dependendo da toxina pode ficar acumulada nos peixes?
Pois é!!!!!!!!!!!!!!!! Vamos as perguntas que não querem calar:
Qual foi o destino dado ao
resíduo removido, haja vista estar rico em nutrientes?
Qual foi a classificação dada ao
resíduo, para que ele pudesse receber o correto destino? Eu estava presente
quando o resíduo foi removido e armazenado, logo precisou ser transportado e
por fim ser destinado, sendo assim existiu manifesto de resíduo? Lembrando que
o excesso de algas pode causar eutrofização em corpos hídricos, logo o resíduo
precisava de classificação e destino.
Realmente os peixes uma parte
será doado a escolas municipais, a outra parte vai ficar em tanques até voltar
para as piscinas da praça com foi dito na Tv?
Mediante tudo que retratamos
acima, acredito que agora o leitor entenda a minha preocupação com a esse
processo de limpeza e conservação. Abaixo valido a informação com a matéria
exibida na TV em 24/07/2012 - 11:13:42h. http://in360.globo.com/rj/noticias.php?id=27399
Na mesma matéria podemos ver
homens com metade de seus corpos dentro d’água, que já esclarecemos acima a
provável forma de poluição da mesma, então os fatos aqui expostos, parecem
demonstrar que as pessoas lidam como certos problemas como se nada tivesse
acontecendo, ou como se nada pudesse acontecer, mesmo a ação delas sendo um
verdadeiro absurdo, podendo ate mesmo causar impactos futuros.
Apenas para colaborar:
DZ-1310. R-7-INEA(03 de setembro de 2004),Sistema de Manifesto de
Resíduos.
4.3 Resíduos – material
resultante das atividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, de
serviço de limpeza, agrícola ou simplesmente vegetativa, que deixa de ser útil,
funcional ou estética para quem os gera, podendo encontrar-se no estado sólido,
semi-sólido, gasoso, quando contidos, e líquidos, quando não passíveis de
tratamento convencional.
7.1 O Sistema abrangerá todos os
resíduos de qualquer gerador a ele vinculado, excetuando-se os resíduos
domésticos.
Fica mais uma vez a sugestão e
também a fim de validar a água dentro de parâmetros recomendados, para
posteriormente destinar os peixes, que os órgãos responsáveis verifiquem a
Resolução CONAMA 357/2005 Art. 4º item V -: alínea b classe 3: águas que podem
ser destinadas a harmonia paisagística.
Eu sou Charles Domingues
Sou Gestor Ambiental e Químico
Não deixe de acompanhar o meu
blog www.charlesdomingues.blogspot.com
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