Neste sábado (19), das 9h às 14h, a Praça Porto Rocha receberá uma
mobilização de combate à sífilis e à sífilis congênita. Serão oferecidos para a
população serviços como testes para sífilis, HIV e hepatites, e aplicação de
vacina de hepatite B. A campanha nacional acontece anualmente, sempre no
terceiro sábado do mês de outubro. O evento é organizado pela Coordenadoria do
Programa de IST/ AIDS/ HIV e pelo Programa Saúde da Mulher. A programação tem o
apoio da Superintendência LGBTQ+. O evento é aberto ao público.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de IST/AIDS/Hepatites
Virais, Aparecida Castorina Monteiro, o aumento no número de sífilis cresceu
muito no município nos últimos anos. Em 2018, foram 364 casos, dado considerado
alto em comparação com 2017, quando foram contabilizados 271.
Esse levantamento se agrava ainda mais quando comparado 2018 com 2016,
uma diferença de 321 notificações. Somente este ano já foram contabilizados 215
casos de sífilis no município, de janeiro a outubro (Ver tabela abaixo).
“O aumento no número de sífilis em Cabo Frio não é diferente do resto do
país. O que a gente objetiva é que isso se reduza, principalmente, com relação
sífilis congênita, que a doença transmitida pela mãe para o bebê, durante a
gravidez e no trabalho e parto. Por traz dessa sífilis congênita, tem uma mãe e
um parceiro contaminados. Precisamos notificar esse quadro, e, por isso,
convocamos a população para fazer o teste neste sábado”, destacou Aparecida.
Sobre
a sífilis
Também chamada de Lues ou, popularmente, cancro duro, a sífilis é uma
Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema
pallidum. Sua principal forma de transmissão se dá pelo contato sexual
desprotegido. Também pode ser adquirida nas transfusões sanguíneas, mas o controle
da qualidade do sangue torna quase nula o risco deste tipo de contaminação. A
maior preocupação atual é a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê
durante a gestação.
Não existe vacina contra a sífilis e sua infecção não confere imunidade
protetora, ou seja, a pessoa pode se contaminar novamente a cada vez que tiver
contato com a bactéria. Todos os testes para diagnóstico e o tratamento estão
disponíveis na rede pública.
Seminário
A mobilização de combate à sífilis e à sífilis congênita começou na
quarta-feira (16) com um seminário de atualização para profissionais da rede
pública de saúde do município. O evento aconteceu no auditório da Ferlagos e
reuniu equipes que atendem mulheres em idade fértil e homens e mulheres
sexualmente ativos. O objetivo foi discutir a gravidade do problema e atuar no
diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Tabela
de notificações de sífilis
Tipos de notificações
|
2016
|
2017
|
2018
|
2019
|
Sífilis não especificada
|
29
|
38
|
119
|
62
|
Sífilis latente, não especifica se
recente ou tardia
|
0
|
0
|
18
|
0
|
Sífilis primaria de outras
localizações
|
0
|
0
|
1
|
0
|
Sífilis em adulto (excluída a forma
primária)
|
3
|
123
|
62
|
43
|
Sífilis congênita
|
1
|
47
|
51
|
33
|
Sífilis em gestante
|
10
|
63
|
113
|
77
|
Total
|
43
|
271
|
364
|
215
|
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