Com as transformações sociais e a
prevaricação das relações trabalhistas na medicina, além da crescente vertente
individualista no ambiente de trabalho, a saúde mental dos médicos tem se
tornado mais frágil. Quer seja pela sua característica de profissão liberal,
quer seja ao trabalhar em locais que oferecem pouca estrutura para o
profissional que muitas vezes nem é diretamente contratado pelo serviço onde
atua, por vezes o médico não conta com assistência em saúde, muito menos em
saúde mental.
Mesmo que conte com auxílio da
medicina do trabalho, o médico tende a procurar menos ajuda, entre outros
fatores, pela sobrecarga de trabalho que impede o acesso deste serviço, e pelo
medo de ser identificado entre seus pares como vulnerável e fraco, ou por
sentimentos como onipotência e vergonha, fazendo com que muitos profissionais
recorram à automedicação.
Quando comparados com a população
geral, os médicos desenvolvem padrões adaptativos inadequados diante da
ocorrência de alguma doença. Se ausentam do trabalho menos vezes, ao trabalhar
mesmo em condições de saúde impróprias, auto prescrever ou buscar auxílio
informal a colegas ao invés de agendar uma consulta formal. Há muitos
obstáculos ao agendamento de uma consulta: encontrar um horário,
confidencialidade e, o mais importante, a noção de que o reconhecimento de uma
doença é sinal de fraqueza.
Poucos médicos tem um clínico
geral ou médico da família de referência, e a maioria não tem ideia clara do
papel do Serviço de Saúde Ocupacional no auxílio de doenças relacionadas ao
trabalho. Este cenário é visto como inapropriado, especialmente em casos de
doença mental. O suicídio foi a segunda maior causa de mortes entre médicos,
perdendo apenas para acidentes automobilísticos, preocupante este dado, eles
cuidam de nós e aqui fica o alerta para que nós possamos cuidar deles.
Até a próxima coluna.
Vereadora Leticia Jotta
Com a nossa gente, sempre!
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