O presidente da
Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, disse hoje (2) que
a aprovação de uma linha de crédito por instituições financeiras dispostas a
financiar o pagamento de precatórios municipais poderia injetar mais de R$ 40
bilhões na economia brasileira, ajudando a mitigar as consequências da pandemia
da covid-19.
“Os municípios têm uma dívida de R$ 40 bilhões
com precatórios”, explicou Aroldi ao participar, na manhã de hoje (2), de
audiência pública no Congresso Nacional. “Se conseguíssemos uma linha de
crédito para financiarmos isto com as instituições financeiras, os municípios
iriam buscar este recurso, chamar o credor e efetuar os pagamentos”,
acrescentou o presidente da confederação.
“As pessoas que aguardam por estes pagamentos
poderiam tratar da sua saúde, comprar eletrodomésticos, reformar suas casas,
adquirir um imóvel, enfim, usar este recurso conforme suas necessidades. E os
municípios não teríamos mais que enfrentar os sequestros [de bens] das contas
municipais que atingem, inclusive, recursos da Saúde; valores que estão lá para
serem usados com transporte escolar e merenda e que são sequestrados [com ordem
judicial] para o pagamento de precatórios”, disse.
Aroldi lembrou que uma Emenda Constitucional
aprovada há três anos, a EC nº 99/2017, estabeleceu que, no prazo de seis
meses, a União deveria passar a oferecer linha de crédito para ajudar os
municípios a quitarem seus títulos precatórios.
“E não é dinheiro do Orçamento. A União não
colocaria nada [nenhum centavo]. Só provocaria a Caixa, o Banco do Brasil, e
instituições privadas, a colocarem linhas de crédito à disposição [das
prefeituras] para fazer frente a esta situação”, disse o presidente da CNM,
acrescentando que a medida “facilitaria um pouco a vida dos gestores”
municipais.
“Hoje, o precatório tem um prazo pequeno para
ser pago. Com o financiamento, estenderíamos este prazo, pagando uma prestação
mensal para a instituição financeira e jogando este dinheiro na nossa economia.
Isso seria uma coisa muito importante para os municípios, para milhões de
pessoas que têm títulos de precatórios [a receber] e para a economia,
defendendo que a proposta seja estendida também aos estados.
Assistência Social
Aroldi disse ainda que a pandemia agravou a
situação financeira dos municípios, ampliando a demanda por serviços
assistenciais e reduzindo a arrecadação de tributos. Embora a União venha
liberando bilhões de reais em recursos para a Saúde - inclusive para pagamento
de salários dos profissionais da área – e recompondo o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM), o presidente da CNM diz acreditar que, “se nada mais
acontecer a partir de setembro, vamos viver um verdadeiro caos nas finanças
municipais”, com a grande maioria dos municípios atrasando o pagamento de
salários de servidores e de serviços contratados.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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