Educação com o rei na barriga!
Gostaria de entrar num assunto
com o olhar de quem já foi mãe de aluno de ensino público.
Hoje vejo tantas críticas sobre a
questão da educação, como se a falta de estrutura na educação fosse um problema
só de Cabo Frio. Da minha parte como estudante não posso dizer nada, pois
sempre estudei em escola particular, porém, depois que meus filhos saíram da
fase da alfabetização, o que para mim, sempre foi prioridade, todos estudaram
em escolas do governo, seja municipal ou estadual.
Um dos maiores problemas que
percebia quando eles ainda eram alunos do estado, era a falta de professores,
tanto por conta de contratação, quanto por faltas pré programadas. O que seria
isso? Muitas vezes meus filhos chegavam à escola e ficavam sabendo que o
professor tinha tirado licença, muitas vezes isso acontecia logo depois das
férias, ou seja, já não bastava o professor passar quase 2 meses de folga,
ainda tiravam licença bem no comecinho da volta as aulas. Outra questão que me
deixava indignada, era quando os professores moravam em outros municípios
distantes, tipo: Nova Iguaçu, Rio, Niterói, ora, nunca consegui entender lotar
concursados em cidades tão afastadas de suas residências. E aí quem
sofria com isso eram os alunos, que ficavam sem aula possivelmente por conta de
algum atestado fajuto que abonaria possivelmente o mero cansaço de trabalhar
tão longe de casa.
Outra coisa que sempre ouvi,
desde que me entendia por gente, era a questão das greves. Professor reclamar
dos baixos salários e político prometendo solucionar o problema da educação no
Brasil, não é de hoje! Quem trabalha quer aumento, quem tem poder para isso,
não quer melhorar tal situação, afinal, povo ignorante é voto de cabresto.
Então depois dos meus 49 anos ainda ouço as mesmas manifestações, as mesmas exigências
e as mesmas desculpas! Acontece que na esfera municipal as coisas não são nem
de perto tão problemáticas quanto nas escolas públicas do estado. Por mas
dificuldades que o município encontre pelo menos baixo salário é uma coisa que
hoje em dia, se resolveu, principalmente para os contratos mais antigos, aqui
em Cabo Frio.
Quanto às escolas alugadas em
prédios particulares, isso sempre existiu! Meu filho chegou a estudar numa
dessas quando estava no início do ginasial, no entanto, isso nunca lhe
trouxe problemas de aprendizagem. Com certeza, que escolas modelos, com salas
arejadas, pátios, refeitório, biblioteca etc etc são o supra sumo do
colégio ideal, mas não vejo porque tanta agressão por parte dos sindicalistas
com relação a isso. Afinal, projetos para a construção de várias escolas já
estão prontos, é só ter um pouquinho de paciência, porque enquanto aqui nossos
alunos ainda tem casas alugadas, em muitos municípios do Norte e Nordeste, as
crianças estudam em casas de pau a pique.
Portanto entendo, que todas as
maiores cobranças deveriam recair encima do governador, todas as críticas
deveriam recair encima do nosso representante na Alerj, toda a oposição
que faz críticas a educação do município deveriam voltar seus olhares
principalmente para as condições precárias que estão nossos alunos dos colégios
estaduais. Mas cadê? Não vejo sindicato, professor, blogueiro de refresco,
blogueiro pessonha, falar uma linha se quer sobre isso. E aí, quando vejo que o
fator educação, muitas vezes só é usado para oportunismo político de interesse
do que propriamente por convicção e amor a causa, sinto muito em tocar na
ferida, daqueles que muitas vezes estão confortavelmente bem instalados, bem remunerados
e chorando com o rei na barriga.
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