Por Gilmar Aguiar
Passei essa primeira semana
tentando ainda me adaptar aqui em Brasília, não pela cultura, não pela
distância, mas pela peculiaridade da mobilidade urbana, vamos dizer assim, pela
disponibilidade urbana que a cidade desenvolveu sua estrutura urbana.
O Brasiliense não caminha, nem
pedala. Nas ruas observo um ou outro transeunte desamparado em direção ao
coletivo ou metrô. aqui o automóvel é peça de roupa.
No caminho do trabalho, muitos
sinais, radares e lombadas para nada. Em distritos como Ceilândia, Gama, ou
Taguatinga ainda podemos ver algum movimento de pedestres, porém muito pouco em
relação ao comércio local ou população nativa.
No Congresso, como sempre, índios
acampam, sindicalistas protestam e aposentados gritam palavras de ordem. Uma
vez ou outra um cartaz solitário sobre a liberação da maconha, ou outra pauta
qualquer.
Enquanto isso vou me adaptando a
este novo ambiente e tentando entender entre as mirongas de tribuna e mesuras
de gabinete como funciona esse treco doido de democracia. Talvez consiga
entender quando encontrá-la numa esquina dessas fumando sua pedrinha.
UMA VILA CHAMADA BRASÍLIA
BRASÍLIA CANABIS.
Aqui na capital do império, tenho observado em minhas caminhadas matinais, que a maconha é fumada livremente pelas ruas, plays de condomínios, esquinas e praças, sem o pavor estupefato dos transeuntes e a repressão policial, conforme acontece no Rio de Janeiro.
O brasiliense é maconheiro contumaz. Quando pergunto a eles se não se constrangem com tal transgressão eles me respondem com peito estufado e ares de cidadão politizado: "Já tem lei tramitando na casa, isso para nós é lei tramitada e julgada".
Maconheiro para o brasiliense é título de nobreza. Então, penso enquanto me afasto; politizado, maconheiro e transgressor, mas, isso é Brasília, o tambor do Império.
O VOTO DISTRITAL EXISTE DESDE 1990 NO BRASIL.
As ditas "cidades satélites" aqui no Distrito Federal nada mais são do que os distritos para as demais cidades brasileiras. O Governador do DF é quem nomeia os administradores destas cidades-satélites, o que na prática atuam como sub-prefeitos.
Até aí tudo bem, mas o mais curioso e intrigante é que não existe Câmara de vereadores e sim deputados eleitos pelo voto distrital destes satélites.
Instituída pela Constituição de 1988, a Câmara Legislativa do Distrito Federal teve sua primeira eleição em 1990, A CLDF ocupa posição peculiar entre os órgãos legislativos brasileiros acumulando as competências legislativas de Estado e de Município. Daí porque, no ato de sua criação, não foi escolhido o nome Assembléia Legislativa como nos Estados ou Câmara Municipal, como ocorre nos Municípios.
Comentários
Postar um comentário