Os servidores municipais da Educação de Cabo Frio
decidiram não retornar às atividades presenciais nas escolas. A categoria optou
por decretar a chamada ‘greve pela vida’ em assembleia virtual realizada após a
Secretaria de Educação enviar um memorado às equipes diretivas das escolas da
rede municipal, abrindo a possibilidade de convocação de funcionários efetivos
das áreas de serviços gerais, de apoio e administrativa para trabalho em
sistema de rodízio, em caso de necessidade.
De acordo com o Sindicato dos Profissionais de
Educação (Sepe Lagos), foi feita uma recomendação aos professores para que
boicotem qualquer trabalho remoto ou tentativa de implantação de
atividades pedagógicas a distância ou presenciais, como forma de solidariedade
aos auxiliares de serviços gerais (ASGs), porteiros, inspetores de alunos,
agentes de secretaria e outros trabalhadores administrativos que forem
convocados para voltar ao trabalho.
“Voltar ao trabalho agora, sem os profissionais
contratados, significa necessariamente se expor ao risco de morte devido ao
novo coronavírus. Mas para os docentes que continuam em casa, a implantação de
atividades pedagógicas remotas também seria a imposição de uma sobrecarga de
trabalho absurda, pois estes terão que absorver todas as demandas dos docentes
que foram demitidos”, diz comunicado publicado pelo Sepe Lagos, nas suas redes.
O texto se refere à dispensa de três mil servidores
contratados, entre professores e outros profissionais, pela Secretaria de
Educação, no fim de abril. O fato, associado aos constantes atrasos e
escalonamentos dos pagamentos dos salários e de outros direitos, além da
possibilidade de convocação para volta ao trabalho, forma o caldeirão para um
novo protesto, desta vez uma carreata, que será marcada para esta semana. Na
assembleia, a categoria também decidiu que vai pedir uma reunião com o governo
para tratar de todas essas questões e da convocação dos aprovados no concurso
de 2009.
Na semana passada, o secretário municipal de Educação,
Ian de Carvalho, descartou a possibilidade de retorno às aulas, mas sinalizou
com a implantação de ensino à distância. Aliás, a secretaria anunciou que
disponibilizará materiais didáticos on-line e impressos aos alunos. Segundo a
pasta, os conteúdos estão em fase de elaboração e em planejamento estratégico
para validação como carga horária. A previsão é de que as atividades comecem na
segunda quinzena deste mês para os 31.953 estudantes da rede.
– A equipe da Seme apostava na possibilidade do
retorno presencial das aulas para o segundo semestre deste ano. Entretanto, a
continuidade do contágio do coronavírus mostrou que essa ação seria inviável,
junto com os vários estudos de órgãos competentes que alertam para o risco do
retorno presencial dos alunos às escolas nesse momento da pandemia. Sendo
assim, a pasta muda de estratégia a fim de diminuir os impactos trazidos pela
Covid-19 na vida escolar dos alunos, de forma que possa atender aos estudantes
da maneira mais igualitária possível – afirmou o secretário.
Com a decisão da categoria na assembleia, os planos da
Secretaria de Educação ficam em xeque.
Fonte: folhadoslagos.com
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