Após reunião virtual com governadores na tarde de hoje
(20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou um protocolo de intenções
para adquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, que está sendo
desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto
Butantan.
Segundo o Ministério da Saúde, esta ação é mais um
passo na estratégia de ampliar a oferta de vacinação para os brasileiros. O
ministério já tinha acordo com a AstraZeneca/Oxford, que previa 100 milhões de
doses da vacina, e outro acordo com a iniciativa Covax, da Organização Mundial da
Saúde, com mais 40 milhões de doses.
Somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e
Butantan-Sinovac - representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas
ainda no primeiro semestre de 2021.
Segundo o ministro, as doses serão distribuídas em
todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Temos a expertise de todos os processos que envolvem
esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão
chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse Pazuello.
O acordo
Para o protocolo de intenções de compra de doses da
CoronaVac, uma nova medida provisória será editada para disponibilizar crédito
orçamentário de R$ 1,9 bilhão. O Ministério da Saúde já havia anunciado,
também, o investimento de R$ 80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan
– o que auxiliará na produção da vacina.
Segundo o Ministério, o processo de aquisição ocorrerá
após o imunizante ser aprovado e obter o registro junto à Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Produção local
Além destas doses iniciais, a partir de abril, a Fiocruz
deve começar a produção própria da AstraZeneca e disponibilizar ao país até 165
milhões de doses durante o segundo semestre de 2021. O acordo do Instituto
Butantan com a Sinovac também prevê a transferência de tecnologia e, com isso,
o Butantan deve passar a produzir 100 milhões de doses por ano com sua nova fábrica.
A expectativa do Ministério da Saúde é que a vacinação
possa ser iniciada em janeiro do próximo ano. Mas alerta que isso vai depender
dos resultados da Fase 3 das vacinas, que testa eficácia, e de liberação da
Anvisa.
Segundo o ministério, o primeiro grupo a ser imunizado
serão os profissionais da saúde e pessoas do grupo de risco para a covid-19 (a
doença provocada pelo novo coronavírus). A vacinação, segundo o órgão, não será
obrigatória.
Testes
A CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos. Ao
todo, os testes com a CoronaVac – que tiveram início no Brasil em julho – serão
realizados em 13 mil voluntários.
Caso a última etapa de testes comprove a eficácia da
vacina, ou seja, comprove que ela realmente protege contra o novo coronavírus,
o acordo entre a Sinovac e o Butantan prevê a transferência de tecnologia para
produção do imunizante no Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas
doses por pessoa.
Ontem (19), o diretor do Instituto Butantan, Dimas
Covas, anunciou que a CoronaVac é uma vacina segura, ou seja, ela não apresenta
efeitos colaterais graves. Ele também disse que os resultados de eficácia ainda
não foram finalizados, mas que ele espera que isso seja possível de acontecer
até dezembro deste ano.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
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