Um homem apontado pela polícia como o autor dos
disparos que mataram um jovem na Prainha, em Arraial do Cabo, na Região dos
Lagos, foi preso nesta quarta-feira (14).
O crime aconteceu
no dia 26 de setembro e cinco banhistas foram atingidos por balas
perdidas.
De acordo com a Polícia Civil, o alvo era um
traficante de uma facção rival, identificado como Walmir de Souza Goularte
Filho, o Walmirzinho, de 20 anos, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu
aos ferimentos.
Um mandado de prisão temporária contra o suspeito foi
expedido pela Justiça na noite desta terça-feira (14).
Para capturar Fábio da Silva de Melo, conhecido como
Fábio da Prainha, de 48 anos, o Núcleo de Homicídios da 132º DP, em Arraial do
Cabo, montou uma operação de inteligência, com policiais civis trabalhando
disfarçados e infiltrados nos locais frequentados por Fábio.
Também foram cumpridos dois mandados de busca e
apreensão na casa do suspeito, onde foram apreendidos projéteis e três
celulares, além do boné e a blusa que ele usou no dia do crime, segundo a
polícia.
Ainda de acordo com a polícia, câmeras de segurança
próximas ao local do crime registraram o momento em que Fábio chegou à praia na
garupa de uma moto, poucos minutos após a chegada do veículo no qual estava
Walmirzinho.
Polícia Civil também cumpriu mandados de busca e
apreensão na casa do suspeito em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Paulo Henrique
Cardoso/Inter TV
As imagens também mostram a correria durante o
tiroteio e, depois, Fábio deixando o local.
Em depoimento à polícia, Fábio negou a participação no
crime.
O G1 tenta contato com a defesa do suspeito.
Ainda de acordo com a polícia, Fábio tem várias
passagens pela polícia por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão
corporal e ameaça, entre outros crimes, e deixou a cadeia em 2018.
Os policiais civis estão em busca do comparsa de
Fábio, que pilotou a moto. Ele também é traficante, tem várias passagens pela
polícia e deixou a prisão no início deste ano. O homem já foi identificado, mas
não teve a identidade revelada.
Troca de facções
De acordo com as investigações da polícia, Walmir de
Souza Goularte Filho, o Walmirzinho, já tinha pertencido à mesma facção
criminosa de Fábio e mudou da cidade, migrando para o grupo rival.
No dia do crime na Prainha, Walmirzinho estava
acompanhado de Willian Adriano Sobreira dos Santos, conhecido como Pará,
traficante que também mudou para a facção rival. Ainda de acordo com a polícia,
Pará estava armado e reagiu ao ataque.
Na troca de tiros, três turistas e dois moradores
acabaram sendo atingidos. Walmirzinho foi socorrido, mas morreu no hospital.
Um áudio de WhatsApp, ao qual a Polícia Civil teve
acesso, revelou a estratégia dos traficantes: eles ficaram em alerta quando
Walmirzinho e Pará chegaram à cidade.
No áudio, que circulou por grupos no aplicativo, um
criminoso avisa da movimentação dos rivais e convoca que os comparsas “coloquem
as motos na pista”, segundo a polícia.
“Esse crime ocorreu em um sábado à tarde. A praia
estava cheia e a ação de Fábio gerou uma tragédia que poderia ter sido ainda
pior. Nosso Núcleo de Homicídios agiu rapidamente, dando início imediato às
investigações e, em duas semanas, conseguimos identificar todos os envolvidos e
elucidar esse homicídio. Para garantir que Fábio fosse capturado sem nenhum
tipo de reação que pudesse colocar a vida de mais inocentes em risco, montamos
uma operação de inteligência, com policiais à paisana e carros
descaracterizados”, disse a delegada titular da 132ºDP e responsável pelo caso,
Patrícia Aguiar.
Comparsa foragido
A Polícia Civil também continua em busca de Willian
Adriano Sobreira dos Santos, o Pará, que segue considerado foragido por
tentativa de homicídio.
Contra ele há um mandado de prisão temporária expedido
pela Justiça.
Pará
é considerado autor dos disparos que atingiram os cinco banhistas no
tiroteio na Prainha.
Um dia após o crime, do domingo 27 de setembro, a
polícia localizou, no bairro da Praia Grande, em Arraial do Cabo, o carro que
teria sido utilizado por Pará para fugir do local do crime. Em outro ponto da
cidade, no Morro da Coca-Cola, foi encontrada uma arma, que pode ter sido
utilizada no confronto por um traficante rival.
De acordo com a polícia, banhistas atingidos no
tiroteio e testemunhas do crime já prestaram depoimento.
Quem tiver informações que levem ao foragido ou ajudem
nas investigações pode enviar denúncia anônima, através do aplicativo de
mensagens da delegacia, pelo número (22) 98113-6585.
Fonte: g1.globo.com
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