Operação desarticula quadrilha de captura e venda de animais marinhos ameaçados de extinção; centenas são resgatados
Uma operação conjunta da Delegacia de Roubos e Furtos
de Cargas (DRFC) e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ)
terminou no resgate de centenas de animais marinhos e na prisão de duas pessoas
nesta quarta-feira (7), na Região dos Lagos do Rio. Pai e filho são
investigados por comandar uma quadrilha que revendia peixes e crustáceos
ameaçados de extinção.
Os suspeitos são proprietários de um depósito em São
Pedro da Aldeia, às margens da RJ-106, onde armazenavam e revendiam os animais.
Apenas nesse depósito, a polícia encontrou mais de 150
animais e, pelo menos, 59 tanques para armazenamento.
De acordo com a polícia, os dois também tinham uma
loja em Cabo Frio em que praticavam o comércio ilegal.
Animais como tubarões, arraias, cavalos-marinhos,
estrelas-do-mar e diversos tipos de corais ameaçados de extinção eram pescados
em Marataízes, no Espírito Santo, e levados para Cabo Frio e São Pedro da
Aldeia.
A coleta desses animais é proibida por não serem
recursos pesqueiros.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a revenda era
feita para a capital, no Rio de Janeiro, e para outros estados, como São Paulo,
Minas Gerais e Santa Catarina.
De acordo com o MP, a quadrilha conta, ainda, com
pescadores e revendedores de animais.
Sem poder voltar para o habitat natural por colocar em
risco o bioma, animais foram levados para o Aquario — Foto: Felipe
Basilio/Inter TV
Ainda segundo o MP, o gerente da loja em Cabo Frio
também foi levado para a delegacia.
"Além do dano ambiental causado ao meio ambiente,
outro problema da captura desses animais é que, uma vez retirados de seu
habitat e misturados a outros animais exóticos durante o armazenamento, os
peixes e corais não podem mais retornar ao local de origem por conta de risco
biológico ao bioma marinho", alertou o Ministério Público.
Caixas d'água eram utilizadas por quadrilha como
aquário para depósito de crustáceos e peixes em São Pedro da Aldeia, no RJ —
Foto: Felipe Basilio/Inter TV
Por isso, os animais apreendidos na operação foram
encaminhados para o AquaRio, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, onde, após
passarem por quarentena, serão expostos ao público "com o compromisso de
estarem servindo de conscientização e educação ambiental", afirmou o MP.
A Operação Poseidon contou com o apoio da Delegacia de
Cabo Frio (126a DP), Delegacia de Meio Ambiente e Ministério Público Estadual,
sob tutela da cidade de Cabo Frio, e foi resultado de três meses de
investigação.
Sistema artesanal dava suporte a criação ilegal de
animais marinhos em São Pedro da Aldeia, no RJ — Foto: Felipe Basilio/Inter TV
A investigação será finalizada após a análise do
material recolhido.
A pena para os envolvidos no crime pode chegar a sete
anos e meio de detenção.
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