Após pedido de líder do governo, prefeitura ganha novo prazo para mostrar dados do Hospital Unilagos
A novela sobre as informações do hospital de
campanha Unilagos ganhou um novo capítulo. Após um período afastado das
articulações políticas por causa de problemas pessoais, o líder do governo na
Câmara, vereador Miguel Alencar (DEM), entrou em campo para tentar melhorar a
relação entre Executivo e Legislativo, que não anda das melhores.
De início, conseguiu junto aos colegas que fazem
parte da Comissão Especial de Saúde um novo prazo, até a próxima terça-feira
(2), para entregar não apenas os dados referentes à unidade exclusiva para
tratamento de pacientes com Covid-19 como os da entrega das cestas básicas pela
Secretaria de Assistência Social.
Há uma semana, a Comissão presidida pela vereadora
Letícia Jotta (Pros) e o presidente da Casa, Luis Geraldo (Republicanos)
enviaram ofício para a Prefeitura para cobrar as respostas dos requerimentos, e
ameaçaram recorrer à Justiça para obtê-las. A própria Comissão já havia cobrado
as mesmas informações três semanas antes, com direito a pedido de extensão do
prazo feito pelo secretário de Saúde, Iranildo Campos. O pedido de Miguel põe
água na fervura, pelo menos, por enquanto.
– Voltei para ajudar a ter esse diálogo entre o
Executivo e o Legislativo e somarmos esforços nesse momento, em que é preciso
união. Voltei para fazer esse trabalho. Já fui conversar com o Bruno [Aragutti,
procurador-geral] para levantarmos esses dados e entregá-los na terça – disse
Miguel.
Outro gesto de aproximação anunciado pelo líder do
governo é um pedido para que, pelo menos, um integrante da Comissão Especial da
Câmara participe da próxima reunião do Gabinete de Crise da Prefeitura. O veto
para que vereadores participem dos encontros foi duramente criticado pela
vereadora Letícia Jotta, em entrevista recente à Folha.
Após o período de ‘sumiço’, Miguel garantiu que
também vai participar da reunião com o Ministério Público e empresários, na
próxima semana, que pode definir a reabertura gradual do comércio no município.
Questionado, falou do assunto com cautela.
– Não adianta reabrir agora se não houver um plano
tanto para proteger a saúde das pessoas e garantir a retomada da economia –
disse, confirmando que o governo já trabalha em um plano de reabertura.
Rafael desce o tom – De outro lado, o líder da
oposição, vereador Rafael Peçanha (Cidadania) que também ameaçou entrar na
Justiça para saber os gastos com o Hospital Unilagos, mudou a estratégia.
Após receber do governo uma cópia do decreto de
requisição administrativa da unidade com o número de leitos disponíveis,
Peçanha disse que pediu à Comissão Especial de Saúde para apresentar
requerimento solicitando acesso aos relatórios enviados ao governo, a cada 48
horas, sobre os recursos pessoais e materiais usados no hospital de
campanha.
De acordo com ele, o acompanhamento permitirá saber
se o que vai ser pago pelo município depois da pandemia corresponde ao que
realmente foi gasto.
– Na verdade, o
sistema de requisição administrativa prevê apenas um pagamento posterior, ou
seja, em tese, a prefeitura não paga nada à Unilagos agora. Só paga por
eventuais perdas à empresa assim que a pandemia passar. Porém, quero acompanhar
os critérios que gerarão esse valor. O decreto diz que a cada 48h um grupo de
trabalho da prefeitura envia relatório ao prefeito sobre a Unilagos . Estou
preparando requerimento para que a Câmara tenha acesso a esses dados, aí
saberemos se o pagamento posterior à requisição será justo ou superfaturado – explica.
Fonte: folhadoslagos.com
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