Empresários do setor hoteleiro de Cabo Frio
apresentaram nesta quinta-feira (28) um plano para reabertura dos meios de
hospedagem no município. Um estudo técnico de viabilidade foi protocolado junto
à Prefeitura, à Câmara Municipal e, por e-mail, ao Ministério Público Estadual
(MP-RJ). Os empresários pretendem debater o plano durante uma reunião com
integrantes do governo municipal, de representantes do comércio e membros do
Ministério Público, que estava marcada para esta quinta, mas foi adiada para a
próxima terça (2), em local e horário a serem definidos.
No documento, o grupo ‘SOS Hotéis de Cabo Frio’,
formado por mais de 100 empresários, proprietários e administradores de meios
de hospedagem aponta as dificuldades financeiras do setor, que tem as
atividades paralisadas desde 20 de março, por força de um decreto municipal
para prevenção ao contágio pelo novo coronavírus. Os hoteleiros alegam que a
dificuldade de acesso às linhas de crédito oficiais e a impossibilidade de
contrair empréstimos junto aos bancos privados os levam a pedir autorização de
funcionamento com 50% da carga dos meios de hospedagem, bem como a reabertura
das praias e dos pontos turísticos. Pelo plano, as barreiras sanitárias nos
acessos ao município barrariam apenas as pessoas que apresentem quadro de febre
acima de 38 graus.
O plano também estabelece novos protocolos
sanitários e de segurança para hóspedes, funcionários, recepcionistas e
camareiras. Os hoteleiros propõem diversas ações, como a disponibilidade de
álcool gel em todas as áreas comuns, como recepção e salões; a proibição de uso
de saunas, academias restaurantes e locais fechados; a marcação no piso
da recepção com a distância de um metro entre as pessoas; serviço de refeição
apenas nos quartos; distribuição de equipamentos de proteção para os
funcionários; entre outras medidas.
O presidente da Associação de Hotéis e Restaurantes,
Carlos Cunha, afirmou que o plano de retomada foi elaborado pelos próprios hoteleiros,
baseado nos números de casos e mortes divulgados pelas secretarias municipal e
estadual de Saúde e nos critérios adotados pelo Governo do Estado para a
flexibilização nas atividades econômicas. O estudo de viabilidade aponta que,
no caso de Cabo Frio, a evolução da doença permite a normalização das
atividades, denominada como ‘bandeira verde’, dentro de protocolos de segurança
sanitária.
Carlos Cunha afirmou que não foi ouvido um
profissional da área de Saúde para elaboração do plano, porque o documento foi
baseado em estatísticas oficiais das autoridades sobre os números de casos e de
mortes.
– Se você reparar, nesse estudo de viabilidade,
colocamos todos os boletins oficiais da Prefeitura e fizemos um gráfico baseado
nos números informados pela Prefeitura. E para os protocolos, a gente tomou
como base todos aqueles que estão sendo utilizados no Brasil inteiro.
Inclusive, os protocolos do estado, do Sebrae e da Prefeitura de Cabo Frio são
mais flexíveis que o nosso. O nosso é ate mais rígido. Então, tomamos todos
esse cuidados, com olhar daquele que entende do funcionamento do hotel. Mão
adianta fazer um protocolo extremamente técnico na área sanitária, que não vai
funcionar e que foge da realidade do funcionamento no dia da dia de um hotel.
Nosso protocolo é perfeitamente viável – defende o empresário.
A pressão dos hoteleiros se junta à dos
comerciantes, que se reuniram com o prefeito Adriano Moreno (DEM) na última
segunda-feira (25) e chegaram a marcar um protesto para o dia seguinte,
cancelado após uma recomendação do Ministério Público contra aglomerações.
Desde então, representantes do segmento tentam a marcação de uma reunião com o
MP, enquanto a Associação Comercial e Industrial (Acia) elabora um plano de
reabertura próprio para o setor.
Fonte: folhadoslagos.com
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