Há anos o aldeense Fábio Azevedo luta para controlar a
pressão alta, doença que, sem tratamento, pode trazer inúmeras complicações ao
coração, cérebro e rins, além de ser um dos fatores de risco para a Covid-19.
Na última semana, ele foi um dos 23 pacientes pré-agendados e atendidos pela
unidade básica de saúde do Centro/Mossoró. “Cheguei aqui e minha pressão deu
quase 20, mas a partir de agora estou entrando com novos medicamentos
receitados pelo médico, uma bateria enorme de exames para fazer e encaminhamento
a um cardiologista. Ter esse atendimento médico mais perto está sendo muito
importante para mim, principalmente porque sou grupo de risco”, conta.
Assim como Fábio, dezenas de moradores têm à
disposição atendimento médico e de enfermagem no posto de saúde do
Centro/Mossoró. Mesmo com a rotina alterada e a adoção de uma série de medidas
preventivas devido à atual pandemia, a unidade manteve a maioria dos serviços
essenciais à população. “Um clínico geral, que é do grupo de risco, está focado
na teleconsulta e o outro está realizando atendimento presencial. Procuramos
sempre direcionar os pacientes de acordo com a necessidade individual de cada
um. Dentro da unidade estamos sempre atentos ao uso de máscara, higienização
das mãos e das superfícies”, explica o enfermeiro responsável pela UBS, Renan
Araújo.
FOCO COMUNITÁRIO
Inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS), as unidades
de atenção básica são responsáveis por prestar o primeiro atendimento à
comunidade do seu entorno, acompanhando o estado de saúde dos moradores, bem
como o controle de riscos, agravos e doenças – muitas delas crônicas e
consideradas agravantes dos sintomas de Covid-19, como a hipertensão e a
diabetes, as chamadas comorbidades.
Segundo a secretária de saúde, Francislene Casemiro, o
controle social da saúde viabilizado pelas unidades básicas de saúde e pelas
unidades de saúde da família permite reduzir a pressão sobre as unidades de emergência,
evitar internações e melhorar a vigilância durante a pandemia. “O atendimento
que essas unidades prestam aos pacientes portadores de doenças crônicas é no
sentido de prevenir e promover a saúde, evitando que o estado clínico desses
cidadãos se agrave e para que eles não precisem procurar as portas de
emergência por questões básicas. Nesse momento de coronavírus, é primordial
manter esse tipo de assistência. O acompanhamento desses pacientes com
comorbidades é feito com a telemedicina, ou seja, atendimento médico por
telefone”, afirma.
Somente na UBS Centro/Mossoró, atualmente são
realizados aproximadamente 50 atendimentos médicos por semana, somados aos
cerca de 40 atendimentos de enfermagem semanais. “Além disso, fazemos o atendimento
por demanda espontânea, como aferição de pressão arterial, curativos, retiradas
de pontos, entre outros”, relata Renan.
Além das consultas médicas de clínica geral, a unidade
também oferece serviços como preventivo, atendimentos a pacientes com
hipertensão/diabetes, puericultura, vacinação, planejamento familiar e
pré-natal de baixo risco, com encaminhamento ao PAISMCA sempre que necessário.
“É muito importante que os pacientes não deixem de buscar o atendimento
necessário para outras doenças mesmo durante a pandemia e a equipe da UBS busca
facilitar esse atendimento na medida do possível”, complementa o enfermeiro.
INVESTIMENTO EM SAÚDE
A UBS Centro/Mossoró é uma das dez unidades
básicas de saúde (UBS) implantadas no território aldeense, que se somam a
outras 14 unidades de saúde da família (USF), com equipes
multiprofissionais formadas por médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de
enfermagem e agente comunitário de saúde.
De 2013 a 2020, o governo municipal já inaugurou sete
novas unidades de saúde, construídas nos bairros Porto da Aldeia, Porto do
Carro, Flexeira, Parque Arruda, Campo Redondo, Recanto do Sol e Centro, além da
entrega de duas reformas dos postos de saúde do Vinhateiro e Praia Linda.
Outras duas unidades seguem em fase de construção, na Rua do Fogo e Baleia, as
duas maiores do município, ambas com mais de 300m² de área construída.
Antes da inauguração da UBS Centro/Mossoró, em
2017, a aposentada Zilda Ramos precisava se deslocar até a unidade básica de
saúde do Poço Fundo para ser atendida. “Eu moro no Centro, tenho problema de
artrite e artrose e preciso sempre estar acompanhando e cuidando. Ter esse
posto de saúde mais perto foi a melhor coisa. A gente precisava muito”, disse.
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